Durante a infância é muito comum que as crianças tenham pesadelos. Em algum momento dessa fase, os pais costumam relatar que seus filhos ficam inquietos e chorando durate a noite em razão desses sonhos conturbados.
Apesar de ser normal entre os pequenos, os pais precisam ficar atentos se os pesadelos ocorrem com frequência. Afinal, a família pode tomar algumas medidas, principalmente se a criança apresentar terror noturno.
Neste artigo você verá os seguintes tópicos:
- O que é o pesadelo;
- Faixa etária e causa dos pesadelos na infância;
- O que significa o excesso de pesadelos;
- Diferença entre pesadelo e terror noturno;
- Como ajudar a criança durante o sono.
O que é e como ocorre o pesadelo
Antes de falarmos sobre o pesadelo na infância, é necessário entender como ocorre esse fenômeno durante o sono. Segundo o Doutor em Psicologia Social Leonardo Martins, o pesadelo ou sonhos acontecem durante a fase do sono chamada de Rapid Eye Movement (R.E.M).
Em português, isso significa movimento rápido dos olhos. Nessa etapa, o cérebro está numa atividade intensa refletindo no movimento ocular no decorrer do sono. Para os especialistas, a mente está tão ativa que pode ser comparada à atividade cerebral de quando estamos acordados.
De acordo com o estudo feito pela Universidade de Montreal, 80% do conteúdo dos sonhos refletem sensações negativas que representam os pesadelos. Porém, quando se é adulto, a mente consegue distinguir o que é verdade e o que é ilusão.
Faixa etária e causa dos pesadelos na infância
Ainda, esse movimento não acontece com as crianças, principalmente na fase entre 3 a 5 anos, tendo em vista que é nessa faixa etária que os pesadelos ocorrem com maior frequência. Nessa fase os pequenos não conseguem entender o que é verdade ou não, por isso gera inquietação e até mesmo desespero durante o sono.
Por exemplo, se a criança assistiu um filme com bruxa ou monstros é natural ela ter pesadelos. Trata-se de uma relação de causa e efeito. Normalmente o conteúdo absorvido durante o dia irá refletir no sono, sobretudo se ele impressionar o pequeno.
O que significa o excesso de pesadelos
Apesar de ser algo comum na fase infantil, os pesadelos podem dar alguns sinais quando acontecem com frequência. Caso os pais identifiquem a recorrência desses sonhos, isso pode indicar que a criança está passando por algum estresse ou até mesmo um trauma.
Esses fatores influenciam diretamente no sono, gerando a inquietação da criança. Esses estresses ou situações traumáticas podem desencadear não apenas pesadelos, mas terror noturno que é um tema que iremos falar no decorrer do texto.
O fato é que a repetitividade dos sonhos turbulentos podem sinalizar que a criança está processando algum conteúdo assustador durante a noite. Dessa forma, os pais precisam estar atentos ao sono dos filhos pois ele pode revelar o momento que a criança está atravessando.
Relação dos pesadelos com distúrbio psicológico
Ainda, é importante avaliar se durante o sono a criança tem movimentos involuntários ou gritos recorrentes. Isso porque, conforme estudo feito pela revista Sleep, do Reino Unido, esses sinais podem estar indicando precocemente alguma doença mental.
Dieter Wolke, um dos analistas do estudo, declarou que os pesadelos na maioria das vezes são comuns. Porém, a frequência com que eles acontecem podem revelar um problema mais sério.
É válido informar que, segundo o estudo citado, a maioria das crianças diagnosticadas com distúrbios psicológicos tinham pesadelos e terror noturno acompanhados de reações físicas durante o sono. Entretanto, isso não é um padrão. O indicado é procurar um profissional.
Diferença entre pesadelo e terror noturno
Falando em terror noturno, este fenômeno é muito confundido com o pesadelo. Entretanto, são coisas bem distintas. Diferente do pesadelo, o terror noturno acontece antes da fase do sonho, ou seja, precede a etapa REM.
No terror noturno, as crianças podem conversar, chorar, gritar e até mesmo abrir os olhos. E mais, se os pequenos tiverem essas ações no dia seguinte eles não lembrarão. Enquanto o pesadelo acontece no final do sono e, normalmente, a criança consegue lembrar do que estava sonhando.
Existem algumas teses defendem que o terror noturno acontece, em razão da falta de maturidade do sistema nervoso central dos bebês ou das crianças. Isso pode ser normal na fase infantil, mas a tendência é que com o passar do tempo ele se torne menos frequente.
O que fazer para ajudar
Quando a criança estiver passando pelo terror noturno, o ideal é acalmá-la com carinho e carícias. Ao contrário do que muitos pais acreditam, é necessário deixar o momento passar sem acordar o filho.
Sobre o tempo de duração, é comum que o fenômeno dure aproximadamente 15 minutos. Lembrando que durante essa fase, a criança continua dormindo, logo, ela não percebe que os pais estão por perto.
Como ajudar a criança durante o sono
Entendemos que tanto o pesadelo como o terror noturno podem deixar os pais ou responsáveis muito aflitos. Mas, existem algumas dicas que podem ajudar a melhorar o sono da criança ou até mesmo a lidar com essas situações enquanto elas estão acontecendo.
Estabelecer uma rotina
Coisas como criar uma rotina e evitar que a criança execute atividades agitadas durante a noite são recomendadas. É importante que os pequenos tenham hora para ir dormir e que as programações que exijam muito deles sejam feitas durante o dia.
Existem algumas dicas que podem ajudar na organização do sono dos seus filhos, clique aqui para conferir. Além da rotina, evite brigar com eles antes de dormir. Isso pode gerar inquietação e um sono conturbado às crianças. Se ajudar, deixe-as dormir com um bicho de pelúcia de sua preferência que elas sejam apagadas.
Criar o ambiente perfeito para dormir
Pode não parecer, mas a criança valoriza muito o ambiente em que ela está. Se o quarto estiver desorganizado ou com coisas que tirem a sua atenção, isso pode refletir no sono. Por isso, é válido deixar o ambiente organizado.
Se ela tiver medo de escuro, o ideal é ligar uma luz próxima ou a depender da insegurança colocar um abajur no quarto. Com o passar do tempo, é recomendado deixar a luz do banheiro ou do corredor acesa. Assim, o pequeno irá se acostumar até finalmente dormir no escuro.
Dica para lá de importante
Por fim, crie o hábito de conversar com a criança depois do pesadelo. Deixe que ela conte o que sonhou e dê a liberdade dela expor os detalhes. É importante que os filhos sejam ouvidos e consolados depois de uma experiência de sono ruim.