Cuidar de um bebê é uma das maiores responsabilidades que alguém pode ter na vida, sendo de extrema importância garantir que a saúde da criança esteja em dia, para que não enfrente maiores problemas no futuro. Uma das maneiras mais seguras de se fazer isso é realizando o teste do pezinho, disponível gratuitamente para todo o país através do SUS.
Ajudando na identificação de doenças perigosas, fazendo com que o tratamento adequado tome início logo nos primeiros dias, o teste do pezinho pode salvar a vida de vários bebês, além de ajudá-los a levar uma vida saudável no futuro. Se você quer saber mais sobre a importância de fazer o teste, confira em nosso artigo tudo o que precisa saber sobre o assunto.
Por que fazer o teste do pezinho é tão importante
Alguns pais, por não entenderem a importância real de se fazer o teste do pezinho, acabam não levando a criança para sua realização, porém, isso é um erro tremendo da parte deles. O teste é necessário para identificar doenças de maneira preventiva, possibilitando o início de um tratamento imediato.
Quanto mais cedo uma doença for identificada, maiores são as chances dela ser tratada com sucesso, e por isso o teste do pezinho é tão importante. Identificando problemas nas crianças recém-nascidas, as possibilidades de tratamento de sucesso aumentam consideravelmente.
O teste faz parte da triagem neonatal, conjunto de exames que as crianças devem realizar após o nascimento. Todos eles estão disponíveis gratuitamente em todo o Brasil, através do SUS. confira agora quais são os testes a serem feitos:
- Teste do pezinho;
- Teste da orelhinha;
- Teste do olhinho;
- Teste do coraçãozinho.
Primeiros dias de vida são importantes para identificar doenças
O teste consegue diagnosticar diversas doenças infecciosas, genéticas ou metabólicas. Todas elas podem acabar atrapalhando o desenvolvimento da criança, que corre o risco de ter o seu desenvolvimento motor comprometido. Todas elas podem ser tratadas, se diagnosticadas com rapidez.
Elas não podem ser diagnosticadas antes do nascimento pelo simples fato de que, quando está dentro do útero, a criança é protegida de diversas substâncias que a podem fazer mal, além de que doenças metabólicas não podem afetá-la, pois a placenta consegue impedir que isso aconteça.
Porém, após o nascimento, a criança não conta mais com a placenta para protegê-la, e por isso, as doenças conseguem se desenvolver no corpo humano. Quando o teste do pezinho é feito, essas doenças são identificadas, e, como já dissemos, quanto antes isso acontecer, melhor será para o tratamento.
Como é realizado o teste do pezinho
O teste do pezinho é feito de maneira simples, e não leva mais do que alguns segundos para ser feito. É comum que os bebês comecem a chorar durante sua realização, mas o desconforto, quando existe, passa rápido, para o alívio dos pais. O teste consiste em nada mais do que furar o calcanhar da criança.
O local é escolhido por conter uma quantidade grande de vasos sanguíneos, o que facilita com que a coleta seja feita. Após isso, o sangue é colocado em um papel filtro de material especial, para que todas as informações presentes ali não sofram com alterações.
O teste deve ser realizado entre o segundo e o quinto dia depois do nascimento da criança, pois, nesse período, se torna mais fácil de se identificar as doenças que podem acometer os pequenos. Mesmo que não haja histórico das doenças apresentadas na família, o recomendado é que se faça o teste.
Mesmo se perder o prazo, não deixe de fazer
Caso não consiga realizar o teste durante os dias citados, ainda é recomendado que se procure o hospital para a realização do mesmo. Isso porque, por mais que não tenha a mesma assertividade, ele ainda pode ajudar na identificação de doenças.
Outro ponto importante a ser citado é que os médicos recomendam que o bebê seja amamentado antes da realização do teste, pois, isso facilita na obtenção de um resultado mais preciso, além de facilitar o trabalho do médico.
Bebês prematuros devem realizar o teste?
Muitos pais de crianças prematuras ficam na dúvida se o bebê deve realizar o teste ou não. A resposta para essa questão é positiva, porém, os cuidados são maiores do que os habituais, já que é necessário que se faça mais coletas do que em outros casos.
Após a primeira coleta, realizada nas datas normais, é preciso realizar mais uma coleta de sangue, 120 dias após a primeira. Dessa forma, é possível ter um diagnóstico mais seguro com a criança já grande, facilitando a identificação de doenças.
Além disso, no caso de transfusões de sangue, será preciso realizar outra coleta de sangue, 120 dias após a última transfusão ser realizada. Como sabemos, o exame é rápido, mas não pode deixar de ser feito, principalmente nesses casos.
Doenças que podem ser identificadas com a realização do teste
O teste, que se tornou obrigatório e gratuito em 1992, pode identificar algumas doenças graves ainda em estágio inicial, fazendo com que o tratamento delas seja feito de maneira adequada, diminuindo os riscos, e, quando possível, se livrando delas.
Hoje, é possível contar com três tipos diferentes de testes, com a versão disponibilizada pela rede pública sendo a básica. Ainda existem duas alternativas, ampliadas, que conseguem identificar mais doenças do que a versão mais básica, sendo mais indicada.
Confira agora quais são as doenças que podem ser identificadas com a realização do teste do pezinho gratuito, disponível no SUS:
- Fenilcetonúria: acúmulo de fenilalanina no corpo humano, o que pode provocar deficiências mentais caso não tratada;
- Hipotireoidismo congênito: doença que atrapalha no funcionamento dos órgãos, além de afetar diretamente o sistema nervoso;
- Deficiência de biotinidase: faz com que o corpo humano não consuma aproveitar a biotina presente nos alimentos, o que interfere no desenvolvimento intelectual. Microcefalia, alopecia e crises epilépticas são alguns dos sintomas dessa doença;
- Anemia falciforme: doença que dificulta a locomoção de oxigênio no corpo, o que faz com que diversos tecidos e órgãos sejam comprometidos gravemente;
- Fibrose cística: obstrui vias aéreas, além de atingir diretamente o sistema digestivo e outros órgãos. Conta com alta taxa de mortalidade, mas, quando identificada cedo, pode ter os riscos reduzidos.
É possível levar uma vida normal com algumas dessas doenças
Nem todas as doenças são 100% tratáveis, mas algumas delas, como a anemia falciforme, a fenilcetonúria e a deficiência de biotinidase, podem ser tratadas de maneira a evitar que elas se desenvolvam no corpo humano, o que faz com que as crianças portadoras delas levem uma vida normal.
Mesmo no caso em que a cura não acontece, é importante realizar o teste do pezinho para amenizar os sintomas e diminuir o risco de morte que cada doença carrega. Não deixe de levar o seu filho ao médico para que o tratamento adequado seja indicado por um profissional.
Versão ampliada identifica um número maior de doenças
O teste do pezinho é oferecido gratuitamente na rede pública, porém, apenas na versão básica. Ele identifica um bom número de doenças, no entanto, algumas outras acabam “passando batido”, fugindo do radar do teste. É importante estar ciente que a versão básica não previne o seu filho de tudo.
Por isso, foi desenvolvida a versão ampliada, que consegue identificar um número maior de doenças que podem se tornar um problema no futuro. O exame é realizado da mesma maneira, e a única diferença é que esta versão consegue dar um panorama maior da saúde da sua criança.
Dessa forma, se torna mais fácil identificar futuros problemas que a criança possa ter e adotar o tratamento adequado para que a doença seja tratada o mais rápido possível. Confira algumas das doenças que podem ser identificadas através do teste ampliado:
- Rubéola congênita: pode fazer com que o bebê fique com sequelas para o resto da vida, como surdez, glaucoma ou outras doenças;
- Toxoplasmose congênita: é passada durante o parto, da mãe para a criança. Pode fazer com que a criança tenha convulsões ou inflamações na retina;
- Doença de Chagas: é passada durante a gestação. Caso não seja tratada, pode causar problemas motores, anemia e alterações oculares;
- Galactosemia: doença que atrapalha a metabolização do açúcar do leite materno, o que pode acabar danificando o sistema nervoso;
- Deficiência de G6PD: aumenta o risco do desenvolvimento de uma anemia hemolítica na criança.
Preço médio de um teste do pezinho ampliado
O teste ampliado é mais seguro e te dá mais garantias em relação à saúde do bebê, porém, seu preço não é muito acessível. Atualmente, a média de valor dele no Brasil é de R$ 450, valor significativo para o bolso do trabalhador brasileiro.
Esse alto valor impossibilita que pais comprem o teste para garantir que seu bebê tenha acesso à saúde de qualidade, tratando as doenças assim que são identificadas. O que resta a essas pessoas é torcerem que ele se torne gratuito na rede pública.
Não deixe de fazer acompanhamento médico
É extremamente importante fazer o acompanhamento médico do seu bebê durante os primeiros dias, fazendo todos os exames solicitados pelo médico. Isso garante a saúde da sua criança e também facilita a identificação de doenças que podem acometer seu filho.
Não deixe de comparecer às consultas, relate todo e qualquer comportamento estranho do seu filho para o médico, e faça com que sua criança cresça saudável e com todo o cuidado necessário para se desenvolver normalmente.