É comum os casos de infecção urinária durante a gestação, tendo em vista que o organismo da mulher passa por diversas transformações durante o período. Essas mudanças podem inclusive contribuir para o surgimento de bactérias no trato urinário.
Quando não tratado, esse problema pode apresentar evolução para órgãos como os rins. A princípio a infecção urinária não prejudica o bebê, mas a depender da complicação pode atingir o feto.
Confira os pontos que iremos apresentar:
- O que os médicos dizem sobre a infecção urinária ;
- Quais são os sintomas;
- Como tratar a doença.
Afinal, o que é a infecção urinária?
Na maioria dos casos, a infecção urinária, também chamada por cistite, é causada por uma bactéria que é encontrada no trato gastrointestinal. O obstetra Alexandre Pupo, em exclusividade ao site Bebê Abril, explicou como ocorre o desenvolvimento dessa doença.
Segundo o médico, quando a circulação sanguínea da região pélvica começa a aumentar, ela favorece o transporte de bactérias do ânus para a uretra em razão da umidade da vagina. Assim, essa umidade se torna uma passagem ideal para as bactérias.
O profissional afirmou que a mulher está mais suscetível de desenvolver a infecção urinária, já que o canal que conduz a urina até a vagina é mais curto no organismo feminino. Isso facilita a entrada dessas bactérias.
Por que ocorre a incidência em gestantes ?
Ainda, a obstetra Beatriz Galbiatti informou que além do fator genético da mulher, outro fator também contribui para a alta incidência da infecção urinária durante a gestação. Com a expansão do volume do útero, que é normal na gravidez, as vias do aparelho urinário passam a ser comprimidas.
Esse movimento faz com que a urina, que é composta por muitas bactérias, fique acumulada no canal. Esse acúmulo favorece o surgimento da infecção urinária nas gestantes, que pode aparecer em qualquer fase da gravidez.
No entanto, a infecção é mais comum na segunda metade da gestação. A título de curiosidade, cerca de 15% a 20% das grávidas podem desenvolver o problema pelo menos uma vez durante esse período.
Como identificar o problema
Durante a gravidez os sintomas da infecção urinária são mais difíceis de identificar. Mas ainda assim são possíveis de serem notados. Por isso, é importante se observar bem e conhecer o seu corpo. Veja alguns sintomas que o problema pode desencadear:
- Vontade frequente de urinar;
- Sensação de queimação ao fazer xixi ou dor;
- Urina com presença de sangue ou com cor turva;
- Febre;
- Sensação de não conseguir esvaziar a bexiga.
Muitas mulheres relatam que sentiram muita vontade de urinar e tiveram a sensação de que a bexiga estava cheia o tempo todo. Porém, na hora de de ir ao banheiro saíram apenas alguns pingos acompanhados de ardência. Entretanto, os sintomas como sensação de peso na bexiga e vontade frequente de urinar são normais na gravidez, por isso podem ser confundidos.
Tratamento e complicações
O tratamento comum da infecção urinária é feito com antibióticos receitados pelos médicos. Todavia, muitos deles não são indicados durante a gestação. Por isso é de suma importância o acompanhamento médico.
Normalmente são antibióticos que devem ser ministrados durante 7 a 14 dias. Também, a ingestão de água e de alimentos saudáveis é fundamental para a cura do problema. Os médicos recomendam esvaziar a bexiga todas as vezes que for urinar, não segurar o xixi.
Quando a infecção não é tratada ela pode atingir os rins e afetar o desenvolvimento do bebê. Esse é o principal sinal de que o quadro se agravou. Nesse caso, a grávida pode precisar inclusive ficar internada para tomar os medicamentos e ser acompanhada por um obstetra.
Como fazer o tratamento preventivo
Ainda, algumas medidas podem ajudar a evitar o surgimento da infecção urinária. O obstetra Alexandre Pupo afirmou que fazer xixi é a principal forma de contribuir para que o organismo da gestante não passe por essa complicação.
Urinar é uma defesa muito importante do corpo, tendo em vista que ela lava o canal urinário. Lembrando que ao segurar o xixi, você está acumulando bactérias no seu organismo. Outra medida preventiva é urinar após relações sexuais, a fim de que liberem a existência de qualquer bactéria.
Atente-se a essas dicas
Cuidados como não ficar de roupas molhadas por muito tempo e não utilizar calcinhas sem ser de algodão podem ajudar a prevenir a infecção. Sobre a roupa íntima, o algodão é recomendado pois é um material que promove uma absorção maior.
O médico recomenda que, quando puder, a mulher fique sem calcinha para auxiliar na ventilação do órgão genital. Afinal, a vagina é uma região úmida e como vimos anteriormente, o excesso de umidade pode contribuir para infecção urinária.